Mãe Zazá

Chegou a publicar 8 livros, e sempre todo o lucro advindo das suas obras foi para a caridade, sem nunca ter ficado com um centavo para si.

Em determinado momento da sua existência iniciou um trabalho no bairro do Capão Redondo, construindo ali uma casa de caridade, que por muitos anos auxiliou aos mais necessitados.

No inicio da década de 80 do século passado, ela iniciou uma obra social no bairro Cidade Ipava, inicialmente libertando a comunidade de aproveitadores que na época cobravam ate para que o povo carente que ali vivia, pudesse transitar livremente.

Ela brigou pela iluminação elétrica, saneamento básico, agua encanada e finalmente, pelo asfalto e segurança na região. Foi uma pioneira do bairro que surgia e a partir dela, a região teve a sua primeira creche, o seu primeiro posto de saúde que foi o único por mais de uma década, todo financiado pela Associação que leva o nome dela.

Foi a criadora dos primeiros cursos profissionalizantes gratuitos da região e também da primeira corrente de cestas básicas que doavam a cada mês aos necessitados.

Construiu duas creches, um brechó do povo, onde o lucro era revertido para a caridade e um grupo de apoio para todos os eventos anuais em geral em prol da comunidade carente. A primeira creche da Associação Cristã Mãe Zaza´ Creche Mãe Zazá I foi construída na Rua Guaeca 83, nela inicialmente foram aceitas 50 crianças entre 1,6 a 7anos.

Vale lembrar que a compra do terreno, a construção a manutenção a instação foi feito com grande sacrifício, sem qualquer apoio de qualquer entidade governamental ou privada, só com as doações e trabalho voluntario.

Após um ano de creche, percebeu- se a carência de postos de saúde na região e da mesma forma, na parte inicial Mae Zaza que pela primeira vez iniciou ginecolista para cuidar das mulheres da região e também diversas especialidades além de clinica geral e claro. O posto funcionou por mais de 5 anos, e atendeu mais de 5 mil pacientes registrados regularmente, fora aqueles que precisavam apenas de uma consulta.

Passados 5 anos da construção da primeira creche , com recursos da venda de seus livros, ações coletivas e doações, comprou um terrenos de 12000 metros e construiu um prédio par o ensino de cursos técnicos, que funcionou por 3 anos consecutivos. Lá se ensinava de corte de cabelo até teatro.

Infelizmente por motivos burocráticos junto ao Estado, e também pela grande carência de local para as crianças da região, a Associação resolveu transformar o local em mais uma creche Creche Mãe Zazá II, que até hoje abriga em media 100, crianças.

Finalmente a casa onde a Mãe Zazá viveu por muitos anos, se transformou numa nova e mais qualificada creche que hoje abriga desde bebes ate crianças na primeira idade ( até 7 anos.

São gerações inteiras que hoje já são pais, caminhado para serem avos, que tiveram o apoio das creches e das ações sociais da Mãe Zazá.

Milhares de pessoas foram atendidas em todos estes anos de forma artesanal, pois a própria Mãe Zazá comprava alimentos saudável das crianças, almoçava uma vez por semana nas creches para verificar a qualidade do alimento, sempre trabalhado por nutricionistas e sempre mostrava com orgulho a premiação de “Creche Padrão”, por servir as crianças 5 refeições diárias com qualidade e muito amor.

Na fase final de sua vida, após ficar viúva decidiu morar definitivamente naquela região mesmo e tendo uma casa em Pinheiros, só para ficar mais próxima daqueles a quem ela chamava de “meus irmãos da família universal”.

Ela nos deixou no dia 29 de setembro de 2015 e partiu aos 89 anos, prestes a completar 90 anos, e até o ultimo dia da sua existência trabalhou em prol de seus irmãos do bairro

Cidade Ipava, angariando doações e sempre idealizando projetos, como a Morada para velhinhos, que não conseguiu concretizar em vida, mas que continua nos planos de seus três filhos, Regina Júlio e Gabriel .

Sem duvida é alguém que merece ser lembrada homenageada, como brasileira exemplar como ser humano singular, que sempre foi .

* Nome que ela não queria da para a Instituição por não querer promover seu nome de maneira alguma, e só aceitou por conta de que seu trabalho era tão marcante na região, que todos procuravam a estimada “Mãe Zazá” que ela teve que ceder.